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Meu problema é o doce
Escuto isso em 8 de 10 pacientes que procuram ajuda pra perder peso. Sabe porque essa vontade de doce acontece? A combinação de açúcar e carboidrato presente nos doces provoca liberação de dopamina, conhecido como hormônio do prazer. É aí que entra o problema, porque a comida passa a ser relacionada mais a geração de prazer do que a fome fisiológica, em sí. A exposição contínua a esses alimentos podem resultar na diminuição da sensibilidade dos receptores de dopamina, levando a um aumento na ingestão alimentar em busca do mesmo prazer sensorial. Outro ponto a ser comentado é que a dopamina regula nosso ritmo circadiano, ou seja, nosso ritmo fisiológico diário, como os horários em que sentimos fome. E aí, para tentar gerar cada vez mais dopamina, o paciente recorre a beliscos o dia todo. Eu NUNCA proíbo doces aos meus pacientes. O que controlamos é sempre quantidade. Quanto mais a gente proibir, mas vai gerar gatilhos. Sempre tente encaixar após uma refeição. O impacto na glicemia será menor, além do que, por já estar mais saciado, a tendência é que você se contenha com quantidades menores. Cuidado com desidratação. Nosso corpo muitas vezes confunde a falta de água com vontade de doce. Deixa eu te contar, seu problema não é o doce. Mas o doce costuma trazer conforto pro seu problema.

Lipedema - o assunto do momento
O Lipedema é uma condição clínica, caracterizada por acúmulo desproporcional de gordura em tecido subcutâneo, predominantemente em região inferior do corpo. Pode acometer os braços também, mas é bem mais comum nas pernas. Esse acúmulo de gordura leva a sintomas como dores, inchaço, hematomas inexplicáveis, sensação de pernas sempre cansadas. A fisiopatologia parece envolver genética e estrogênio. Justamente pela associação com estrogênio, tende a piorar em períodos como gestação, puberdade, menopausa e até com uso de anticoncepcional. O diagnóstico é clínico, por meio de exame físico. Não existe nenhum exame específico para se dosar e dar o diagnosticar o Lipedema. O tratamento envolve, de forma geral, adequação alimentar, prática de atividade física, de preferência com rico em aumento de massa muscular e exercício resistido, medicações específicas quando indicadas, e em alguns casos mais graves, tratamento cirúrgico. Por ser uma doença crônica, com grande influência ambiental, para que haja melhor controle do grau de inflamação e progressão dos sintomas, o ponto mais importante do tratamento é a constância.

Você já ouviu falar sobre inflamação hipotalâmica?
Antes de falar sobre esse tema, vou explicar primeiro o que é o hipotálamo. Hipotálamo é uma região do cérebro, bem pequenininha, com um papel importantíssimo no controle de algumas funções do corpo, por meio da produção e regulação de hormônios. Entre essas funções, inclui-se o balanço energético. Funciona mais ou menos assim: o hipotálamo recebe estímulos periféricos, sendo os principais, leptina e insulina, e por meio de conexões com outras regiões do cérebro, ele modula nossa fome, saciedade e gasto de energia Acontece que, existe uma coisa chamada setpoint hipotalâmico, que basicamente é o ponto de ajuste metabólico. É como se nosso peso máximo ficasse definido, gravado, ali no hipotálamo. E ai quando um paciente perde peso, nosso corpo lança mao de algumas estratégias, para tentar voltar a esse peso inicial Em um paciente com obesidade, esse controle de energia, esse setpoint fica disfuncional, e o corpo desse paciente passa a se ‘defender’ desse ganho de peso em estados mais elevados de acúmulo de gordura. E isso ocorre justamente pela inflamação causada a nível hipotalâmico. Em estudos realizados com exames de imagem, foi possível observar que a obesidade, mais especificamente a inflamação crônica gerada por ela, é capaz de alterar o hipotálamo estrutural e funcionalmente. Isso explica um pouco da dificuldade que pessoas com obesidade encontram para perder peso, e mais ainda, para manter esse peso perdido a longo prazo. A perda de peso é algo extremamente complexo, eu sei.

Quando procurar um endocrinologista?
A endocrinologia é a área da medicina que estuda e trata as glândulas do corpo e suas secreções hormonais - seja em deficiência ou em excesso. Por isso, se você tem dificuldade para emagrecer/ganho de massa muscular, cansaço excessivo, alterações hormonais em qualquer fase da vida mulher (climatério, menopausa, ciclo menstrual, SOP), ou até disfunção em tireoide: busque um endocrinologista para te ajudar nesse diagnóstico e tratamento. Se você nunca passou por uma avaliação endocrinológica, talvez seja o momento! Afinal, o que faz um endocrinologista? Bom, você que acompanha meu conteúdo tem noção do que envolve essa (a mais linda) área da medicina. Mas vou te explicar melhor: O endocrinologista é o médico especialista em diagnosticar e tratar doenças relacionadas a hormônios e metabolismo. Mas quais doenças Dra? Alguns exemplos são: doenças de tireoide, menopausa e andropausa, obesidade, diabetes, alterações em colesterol e osteoporose. Como saber se preciso de um Endocrinologista? Se você: Tem sintomas como cansaço excessivo, dificuldade de perda de peso ou melhora de composição corporal; Está passando por momentos de transição hormonal, como menopausa ou andropausa; Tem alteração em tireoide; Tem osteopenia ou osteoporose; Se deseja melhora de qualidade de vida e prevenção de doenças crônicas. Está na hora de ter um Endocrinologista pra chamar de seu!